Lembrariam as rochas do norte da Madeira intrometidas no mar, o Promontório Sacro, Cabo de São Vicente, em Portugal?
Reza a lenda que São Vicente, o glorioso mártir dos espanhóis, morto pelos Romanos por causa da sua Fé, sofreu os tormentos do cavalete e da grelha de ferro, expirando no suplício, foi o seu corpo lançado às aves de rapina, mas os próprios corvos o protegeram, respeitosamente.
Quando da invasão árabe na península, alguns cristãos, temendo fosse descoberta a sepultura que, a-ocultas, lhe haviam dado, levaram o corpo encontrado perfeito e sem feridas, numa barca, fugídia, mar-em-fora, vindo depositá-lo nos rochedos que formam o cabo de São Vicente.
Se há freguesia do Norte onde o sentido do amor da terra é como o próprio sangue que circula por todo o corpo, orgulha-se São Vicente de possuir, bem entranho, esse afecto que se concretiza na adoração à terra-mater, humanizado pelos que nela nasceram.
Desde os cabos do Rosário até à capelinha na foz da ribeira, e da capelinha ao beiço da quebrada – Fajã da Areia – há um mosaico de formas, de pinturas: de um lado a matéria, naquela rudeza primitiva que pensar a Tales de Mileto ao pretender descobrir a substância primeira; de outro, a mesma matéria, mas já transformada pelo homem: o precipitado geográfico, a paisagem humanizada.
E São Vicente foi-se povoando da babugem do mar para a montanha, nos socalos, nas terras declivosas, ao longo dos cursos de água, até esbarrar o colonizador nas moles basálticas que reflectem o fenómeno vulcânico.
Retirado de: http://www.colegio-fx.ppcamaria.pt
2.2.07
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